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Sobrevivência na Neve e Treinamento com o Socorro Andino Chileno


Fala pessoal!

H​oje​ eu quero compartilhar c​om​ v​ocês uma oportunidade bem bacana que eu tive que foi um treinamento que eu fiz a pouco tempo com o Socorro Andino do Chile de técnicas de neve e sobrevivência no gelo.

Essa filmagem toda faz parte de um projeto maior, mas eu não poderia deixar de compartilhar esse aprendizado em primeira mão com vocês aqui no ​Portal!

Primeiro vamos entender o que é o socorro andino: Eles são no Chile, o relativo a bombeiros da montanha e dão assistência de resgate. Vale lembrar que o Chile tem toda a Cordilheira dos andes à direita e o maior número de vulcões do planeta, então montanha pra esses caras é coisa séria!​

Pra vocês entenderem , o treinamento foi de 5 dias, três teóricos e dois práticos e a gente começou é claro com as aulas teóricas que falaram de quatro tópicos basicamente:

​- Té​cnicas invernais (que falam com detalhes de técnicas com raquetes, piol​ê​s, crampões e nós (que são iguais aos usados em escalada mesmo)

- Primeiros socorros (que abordou muito hipotermia e traumas)

- Reconhecimento de avalanches e climatologia de regiões andinas

- E sobrevivência na neve

E depois desse conteúdo todo veio a parte mais interessante, a parte prática que é a que eu ​mostro pra vocês no vídeo acima!

Nosso campo de treinamento foi no vulcão ​M​ocho Choshuenco, no alto de uma floresta Nevada em HuiloHuilo, Ch.​

A gente subiu de carro até onde deu e depois seguimos a pé. Ali já deu pra por em prática a primeira ferramenta de neve que é a raquete de neve​, esse calçado que impede que vc afunde na neve fofa ou que escorregue na neve dura pq tem umas travas em baixo tipo chuteira mesmo só que com dentes de ferro.

O mais interessante dela é que o calcanhar fica solto e levanta para facilitar a caminhada. A única diferença entre o pé esquerdo e direito é que a fivela tem que ficar do lado de fora do pé pra não enroscar na outra.. Ah. E sem bastão de caminhada esquece! É equipamento obrigatório aqui!

E muiiito importe: aqui v​ocê​ tem que estar sempre evitando de suar a qualquer custo, porque​ esse suor depois vai congelar na roupa e aí casa cai​!

Bom, depois de uma loooonga subida chegamos no lugar de treinamento e foi a hora de usar outra ferramenta obrigatória nesse tipo de terreno que é o piolê, que é ​tipo uma picareta.

O piolê faz o papel da mão. Em terreno seco você consegue segurar nas pedras se escorregar ou segura pra escalar. Aqui não, você só freia ou sobe na picaretada mesmo.

Outra coisa , em neve dura e escorregadia, o piolê toma lugar do bastão de caminhada como apoio e os crampões tomam lugar das raquetes, já que tem dentes mais agressivos. Pra subidas mais íngremes, só com crampões e piolês mesmo.

Eu já tinha usado essas ferramentas em outras expedições, mas pra mim foi um treinamento de grande valia, tipo uma lapidação fina mesmo, com os caras explicando detalhes de ângulos e pegadas com técnicas muito refinadas.

Depois do treinamento com esse equipamento a gente entrou na parte de análise de risco de avalanche, que eu nem vou entrar muito em detalhe aqui porque​ é extremamente complexo​, m​as ​basicamente ​se cava um buraco e analisa as camadas de neve. Cada camada é relativa a uma nevasca e a diferença de densidade entre essas camadas, causada por uma nevasca mais dura e fria que outra, é o que pode ou não causar uma avalanche, que é uma camada se desprendendo e deslizando sobre a outra..

​A​ parte de sobrevivência ​na prática ficou mais com a confecção de abrigo. A gente trabalhou em duplas e meu parceiroa foi o Harry, um nos instrutores de técnicas invernais, um cara extremamente técnico com quem eu aprendi bastante aqui,. E o abrigo é basicamente uma caverna cavada na neve. Antes a neve foi analisada pra ver se tinha densidade boa pra não desmoronar e aí foi hora de cavar uma espécie de iglu, onde a porta é menor que o buraco lá dentro. Trabalho pesado mesmo.

​Ah uma coisa, na neve a pá é relativa à nossa faca no mato, sem pá não rola. Eles ilustraram que sem a pá o único jeito seria usar a raquete de neve.

Bom, esse basicamente é um resumo dos 5 dias de treinamento na neve. Pra minha profissão foi uma lapidação muito importante e eu espero que eu tenha conseguido passar um pouco pra vocês aí de casa. Então já sabe, se gostou de um joinha no vídeo e inscreva-se no canal porque vem muito mais por aí! Valeu pessoal, fui!

Agradecimento:

HOTEL NOTHOFAGUS: http://www.huilohuilo.com

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